HAITIANOS ATENDIDOS POR CRAS CORBÉLIA TÊM AULAS GRATUITAS DE PORTUGUÊS

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A dona de casa Anette Jean Baptiste, 44 anos, deixou o Haiti há três anos para buscar uma vida melhor no Brasil, ao lado do marido e dos três filhos. Curitiba os acolheu muito bem, garante ela, mas a barreira da língua diminui a chance de encontrar um emprego. “Falo pouco português ainda. Mas acho que, nos próximos meses, vou conseguir me comunicar melhor”, conta.

Anette é um dos 24 haitianos moradores do bairro São Miguel que estão frequentando as aulas de português gratuitas graças a uma parceira do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Corbélia, da Prefeitura, com a Fundação Honorina Valente e o Centro de Integração Social Divina Misericórdia (Cisdimi).

“O curso surgiu da necessidade da população haitiana atendida pela Prefeitura no São Miguel, formada por cerca de 78 famílias que não falam português e têm dificuldade de inserção no mercado formal de trabalho”, conta Simone Anciut Pires, coordenadora do Cras Corbélia, ligado ao Núcleo da Fundação de Ação Social (FAS) na Regional CIC.

As aulas começaram no início de maio e ocorrem aos sábados, das 8h30 às 12h, no Centro de Integração Social Divina Misericórdia (Cisdimi). “Estamos priorizando a conversação para que eles consigam rapidamente se comunicar melhor, mas também vamos trabalhar com a gramática”, explica a professora Márcia Mattos da Silva.

Ela avalia que boa parte dos haitianos deve aprender rapidamente o novo idioma, pois a maioria domina mais de uma língua. Além do francês, língua oficial do Haiti, muitos falam crioulo, espanhol e inglês.

A coordenadora do Cras Corbélia destaca também que o curso de português para os haitianos só foi possível graças ao trabalho conjunto da Prefeitura com as duas instituições parceiras. O Cras da Regional CIC foi responsável pela articulação junto aos imigrantes, a Fundação Honorina Valente contratou a professora e o intérprete e o Cisdimi cedeu o espaço para as aulas.

A haitiana Francisca Dorceus, 22 anos, precisa dividir sua atenção entre as explicações da professora Márcia e os cuidados com Jonatan Oliver, de 6 meses. O bebê acompanha a mãe em todas as aulas de português. “Quero dar uma vida melhor para o Jonatan e, para isso, preciso estudar e trabalhar”, conta a jovem, que mora em Curitiba há um ano e sonha fazer faculdade no Brasil.

Apoio permanente

A Prefeitura, através da Secretária Municipal de Educação, também oferece aulas gratuitas de português em duas escolas da rede, a EM Irati, no Cajuru, e a EM Germano Paciornik, no Boqueirão.

Em 2018, 64 haitianos receberam certificados de conclusão do curso instrumental de Língua Portuguesa. As aulas foram feitas nas escolas municipais que ofertam a Educação para Jovens e Adultos (EJA).

O atendimento aos haitianos começou, há cerca de seis anos, com turmas pequenas que foram sendo ampliadas ao longo dos anos, conforme a demanda.

Os haitianos interessados em ter aulas de português devem procurar a escola municipal mais próxima de casa, que entrará em contato para indicar qual das duas unidades poderá atendê-los.

 

Via SMCS

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