O Exército brasileiro gastou R$ 6 milhões somente em combustível, horas de voo e transporte para simular uma guerra entre dois países na Amazônia. A simulação foi realizada em setembro.
A operação militar inédita ocorreu em um dos momentos mais difíceis para a floresta Amazônica. O número de queimadas no estado do Amazonas em 2020 superou o recorde anterior, de 2005, e passou a ser o maior da história. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, até o último domingo (11/10), o estado já registrou 15.700 focos ativos, enquanto em 2005 o acumulado de todo o ano foi de 15.644 casos.
Os militares decidiram criar um campo de guerra em que um suposto país “Vermelho” invadiu um país “Azul”, sendo necessário expulsar os invasores.
A operação envolveu 3,6 mil militares e se concentrou nas cidades de Manacapuru, Moura e Novo Airão, no Amazonas, num raio de 100 a 300 quilômetros de Manaus.
O dinheiro gasto na simulação poderia ser usado para combater as queimadas que vêm devastando o bioma. Segundo dados do Inpe, a Amazônia é o bioma mais afetado pelas queimadas em 2020. 45,6% dos casos registrados no país durante o ano ocorreram na região. Dados mostram que, de janeiro a setembro deste ano, o número de focos de queimadas registrados é o maior desde 2010. Naquele ano, foram 102.409 pontos, enquanto em 2020, no mesmo período, 76.030.