APÓS INCÊNDIO, OCUPAÇÃO 29 DE MARÇO PROJETA SEU FUTURO

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Por Lucas Pereira de Souza

Os moradores das ocupações 29 de Março e Nova Primavera, localizadas próximas às moradias Corbélia, pensam apenas no futuro após o incêndio que atingiu centenas de casas na noite do último 7 de dezembro. A comunidade teve que se organizar e contar com a solidariedade interna e também com apoio do poder público e de organizações não governamentais para continuar a viver no espaço que estão há mais de três anos.

Com a força dos moradores e da comunidade, entidades atuando no local e também do poder público através da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (COHAB), a organização TETO efetuou a construção de 21 moradias emergenciais nos dias 22 e 23 de dezembro. A ONG planeja retornar ao local para uma segunda etapa de construção, de acordo com Lucas Kogut, diretor comercial da instituição no Paraná, “estamos [TETO] planejando para saber quantas famílias tem interesse na continuidade nas construções, quais estão precisando, e o material que vai ser necessário para esta segunda etapa”.

Sueli Salete vive na ocupação 29 de março há quase quatro anos e contou com a solidariedade de um vizinho que a acolheu após perder a casa construída por voluntários da TETO, cinco meses antes do incêndio. “Tive ajuda de diversas pessoas, que ajudaram com comida e roupa” disse Salete. Hoje, vive com uma filha de 7 anos e um filho de 15 há um mês em uma nova casa do TETO.
As habitações construídas pela organização são de madeira, possuem 18m², sem instalação elétrica, hidráulica e de saneamento básico. Conforme contou Lucas, “de fato são moradias de emergência, ela tira a pessoa de um situação de extrema vulnerabilidade e a coloca em um espaço mais seguro”.

As casas foram construídas no espaço atingido pelo incêndio, um projeto auxiliado pela COHAB que orientou a organização indicando os locais mais seguros,  respeitando espaços de lotes, linhas elétricas e áreas de preservação envolta da comunidade. Além do projeto a COHAB está fornecendo para 38 famílias auxílio moradia no valor de R$350,00, uma ajuda de custo para contribuir no restabelecimento destas pessoas.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), também tem prestado auxílio a comunidade, com voluntários para construção das habitações e obras de infraestrutura. Além das casas que estão sendo erguidas novamente, já foi construído um local que será usado como Casa da Cultura, com sessões de filme e até aulas de alfabetização, conforme contou Juliana Almeandro Teixeira, da associação dos moradores.

 

A comunidade ainda está recebendo doações, principalmente de alimentos e materiais de construção. Quem puder ajudar, pode levar doações a CRAS Corbélia
localizado na Rua Professora Cecília Iritani, 510, CIC, ou entrar em contato diretamente com a Juliana pelo número (41) 99644-0839.

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