A partir de 6 de maio, o preço da refeição nos cinco Restaurantes Populares de Curitiba passará de R$ 2 para R$ 2,80. Desde janeiro de 2015, o valor não é reajustado pelo município.
Neste período, alguns alimentos tiveram um aumento acumulado bem acima da média do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, como o feijão carioca (116,79%), a cebola (66,60%), o feijão preto (63,16%) e o tomate (62,90%).
Mesmo com o reajuste, a Prefeitura continuará arcando com cerca de 60% do custo da refeição oferecida, anualmente, a 1,1 milhão de curitibanos.
Luiz Gusi, secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, explica que o custo do preparo da alimentação é R$ 7 e, com o novo valor da refeição, o município passa a subsidiar R$ 4,20 para garantir uma alimentação saudável para os moradores da capital que frequentam as unidades Matriz, Sítio Cercado, CIC/Fazendinha, Pinheirinho e Capanema. Outras cidades do Paraná, como Ponta Grossa, Maringá e Cascavel, e capitais, como Belo Horizonte (MG), já cobram R$ 3 por refeição.
Gusi reforça que a Prefeitura fez um grande esforço para definir um reajuste bem abaixo do necessário para equilibrar os custos. Anualmente, a Prefeitura desembolsa cerca de R$ 4,9 milhões para custear a diferença entre o que a população paga e o custo real das refeições. “Os restaurantes populares têm a missão de garantir à população o acesso à boa alimentação e, para muitos frequentadores, como as pessoas em situação de risco e idosos, o almoço nos restaurantes populares é a única refeição completa do dia”, argumenta ele.
O secretário destaca também que, mesmo com o reajuste, as refeições oferecidas nos Restaurantes Populares continuarão sendo muito mais baratas do que comer em um restaurante por quilo e até mais acessível e saudável do que se alimentar com um salgado vendido em lanchonetes de Curitiba. “Uma coxinha, um pastel ou uma esfirra custam entre R$ 3 e R$ 6 e não trazem, como nos pratos serviços nos restaurantes da Prefeitura, um equilíbrio de nutrientes como carboidrato, proteínas, fibras, vitaminas e minerais”, compara ele.
Programa
Diariamente, os cinco restaurantes populares da Prefeitura oferecem 4,7 mil refeições e um cardápio balanceado, com verduras ou legumes, crus ou cozidos, que fornecem fibras, vitaminas e minerais; arroz e feijão para suprir a necessidade de carboidrato; e alternâncias de carnes vermelha, suína, de frango e de peixe para a proteína. Não há fritura ou enlatados. A carne é sempre assada, cozida ou grelhada. O menu muda todo dia e é formado sempre por seis itens selecionados pelas nutricionistas da Smab.
Nos últimos dois anos, a Prefeitura renovou todos os restaurantes populares da capital e, reabriu, em 2018, a unidade do Capanema, que estava fechada desde 2000. Além disso, para reduzir o déficit dos espaços, o município renegociou, em 2017, os contratos com as duas empresas que administram os restaurantes populares (Ação Social do Paraná e Ozzi Tecnologia em Alimentos). A economia para o município chegou a R$ 1,2 milhão por ano, valor suficiente para custear a operação do Restaurante Popular do Capanema.
Em 2020, a Prefeitura vai abrir o sexto restaurante popular, no Tatuquara.
Aumento médio, nos últimos cinco anos, de alguns alimentos que fazem parte do cardápio dos restaurantes populares*:
Feijão carioca: 116,79%
Cebola: 66,60%
Feijão preto: 63,16%
Tomate: 62,90%
Batata inglesa: 56,44%
Frutas: 42,44%
Hortaliças e verduras: 41,19%
Fubá de milho: 33,07%
Arroz: 19,22%
Aves e ovos: 16,49%
Carnes: 14,77%
*Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, entre 2015 e 2018.