CÁRCERE, AGULHAS & YOUTUBE: CONHEÇA A TRAJETÓRIA DE ROBINHO, DO SUPIRAINK

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Robson Augusto, de 31 anos, morador da Cidade Industrial de Curitiba, teve uma história difícil. Em 2010 foi preso, podendo voltar para o convívio em sociedade três anos depois.

Até aquele momento, Robson não imaginava que o período em cárcere lhe renderia  uma profissão. O jovem afilado, bem-humorado, de sorriso aberto, conta que sempre  gostou de desenhar, desde pequeno. Quando na cadeia, começou a ilustrar e decorar as cartas que os presos enviavam para suas famílias. Na sequência, observou como os companheiros de cela faziam para se tatuar. Num impulso de coragem afirmou a todos “Eu consigo fazer isso aí”.

Robinho, como prefere ser chamado, conta que a primeira tatuagem foi um momento tenso, com muitas pessoas assistindo e que durou um período de 12 horas. Ao final do trabalho, recebeu elogios dos ali presentes, pela qualidade do traço.

Em 2013, já em liberdade, Robinho ganhou um kit de tatuagem de sua mãe, que usou por algum tempo. Percebendo que poderia melhorar o trabalho, investiu em novo kit, mas jamais esquecendo o apoio que recebeu no primeiro momento, transformou o primeiro kit em um quadro, exposto na entrada do studio. Robson conta que aprendeu tudo sozinho. Observando outros e utilizando a internet para fazer pesquisas e assistir video-aulas gratuitas no YouTube para aprender e aperfeiçoar técnicas.  Com o dinheiro das tatuagens, Robson conseguiu ajudar no custeio da faculdade de direito da esposa, Cassiane Dybas, 26, agora formada.

Faz 4 meses que Robson abriu o “SupiraInk Tattoo”, um estúdio de tatuagem na CIC, próximo ao Parque dos Tropeiros. Com o intuito de ajudar os amigos, começou a receber aprendizes. “Eu falo pros meninos, você gosta de desenhar? Já pensou ganhar dinheiro com desenho? Não vai pra essa de crime não”. Hoje, são cinco aprendizes que Robinho treina e ensina em seu studio. No dia da entrevista estava presente Marcelo, de 25 anos, um dos aprendizes de Robson. O rapaz estava preparando um desenho para tatuar uma menina durante o período da tarde, sob a supervisão de Robson.

Apesar de estar aberto há pouco tempo, o SupiraInk Tattoo faz sucesso. O motivo é claro: talento, dedicação ao trabalho e ajuda aos amigos. “É isso aí rapaziada, tem que largar mão dessa vida do crime. Se tu gosta de desenhar, pintar, cola aí. É nóis”, finaliza Robinho.

 

Por Larissa Santin

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