Literatura acessível a todos

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Por Saulo Schmaedecke, jornalista e fotógrafo.

Começamos o roteiro pela Casa da Leitura Paulo Leminski que está a mais ou menos 150 passos do terminal de ônibus. O lugar é da Fundação Cultural de Curitiba, existe desde 2010 e possui aproximadamente 5800 livros que você pode emprestar por até 14 dias*.

Lá conversamos com uma parte da equipe responsável pelo funcionamento do espaço. Leandro Toporowicz é o mediador entre visitantes e prateleiras da Casa. João Moraes responde pelo setor administrativo. Os dois recebem a reportagem do Jornal da CIC para continuar a busca por respostas sobre os hábitos do público leitor. Logo na entrada ao passar pela porta de vidro há um exemplar de “O Quinze”, sobre a grande seca de 1915 vivida pela escritora cearense Rachel de Queiroz. Ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, há apenas 40 anos.

Fotos: Saulo Schmaedecke
João Moraes: anfitrião da Casa
Leandro Toporowivz: anfitrião da Casa

Livros escritos por youtubers são polêmicos e estão perto do maior livro do acervo: uma edição de “Os Miseráveis” com 1280 páginas, do escritor francês Victor Hugo e publicada pela saudosa e caprichosa editora brasileira Cosac Naify. A literatura mais procurada é a norte-americana, sendo a autora de best-sellers românticos, Nora Roberts, a mais lida da Casa. Confirmamos a preferência do público jovem pela literatura de terror, enquanto adultos buscam
por romances. Uma prática comum é o empréstimo de livros infanto-juvenis feito por pais de crianças que ainda
não frequentam a Casa.

“O importante é que começou a ler”

 

“O importante é que começou a ler”, argumenta João quando nos chocamos com o mercado editorial atual e as preferências do público. “Seja contemporânea ou clássica, nós sempre vamos mostrar primeiro o que é feito no Brasil”, reforça. “A ideia é justamente que venham até aqui desfrutar da leitura”, conta Leandro numa das salas da Casa onde dá um curso sobre leitura de imagens: “Para chegar até aqui vocês precisaram ler o sinaleiro – leitura não é só letra, o que a gente lê ou pensa – leitura é você ler o mundo e poder entender o mundo em que vive”, completa o mediador.

Vaga-Lume

As doações são frequentes e enquanto a reportagem investigava a seção de quadrinhos, a Casa da Leitura recebeu uma sacola cheia livros da leitora Quelen Priscila da Cruz, que frequentava lá quando ainda era a antiga biblioteca da CIC, fundada em 1992 e, como era comum na época, “cheia de Barsa”. A biblioteca que a estudante Quelen de 15 anos atrás frequentava lhe rendeu acesso às obras do português Fernando Pessoa e “Um Lugar ao Sol” do gaúcho Érico Veríssimo, aos suspenses da britânica Agatha Christie e à uma coleção de aventuras e mistérios muito especial
lida massivamente pela juventude da década de 1990. Hoje ela mora em Roraima onde convive com leituras sobre filosofia, psicologia e neuropsiquiatria em seu Kindle que lê por onde anda.

Foto: Saulo Schmaedecke
Quelen Priscila escolhendo livros na casa da leitura

A programação da Casa para 2018 mantém as rodas de leitura e contação de histórias, bem como os cursos de violão, as aulas de desenho de mangá e as oficinas de técnica vocal e práticas de coral.

E por falar em leitura

Escreva para o @JornaldaCIC nas redes sociais com a hashtag #EuleioCIC sobre o que você está lendo, já leu ou gostaria de ler. Mande texto, foto, vídeo, ou outro conteúdo que você quiser criar. Hora de soltar a imaginação e navegar na leitura.

*Para ter acesso ao paraíso literário é preciso apresentar documento de identificação e comprovante de residência – pessoas menores de 16 anos devem levar autorização dos pais ou responsáveis.
+ informações em: (41) 3212-1402

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