Em novembro de 2017 a equipe de reportagem do Jornal da CIC visitou as escolas do bairro a fim de realizar um diagnóstico da situação da educação na Cidade Industrial. De longe, o Colégio Estadual Arlindo de Carvalho Amorim foi o que mais nos impactou, negativamente. O espaço foi depredado de diversas formas ao longo dos anos, restando poucos vidros nas janelas e a maioria das portas das salas estavam quebradas e sem maçanetas. A biblioteca permanecia trancada, mesmo em horário de intervalo, e as manchas de bolor nas paredes evidenciaram um problema sério na questão hidráulica da escola.
Segundo relatório da Secretaria de Estado da Educação, o colégio possui uma série de equipamentos como tablets, televisores, computadores e outros, mas não foram encontrados nos espaços de sala de aula por nossa equipe. As carteiras e banheiros também encontravam-se em estado lastimável. Em maio deste ano, cobrimos a seleção do colégio no programa estadual Escola 1000, que contemplou 1000 escolas no estado com o valor de R$100.000,00 para que cada uma pudesse realizar as reformas e reparos necessários. A diretora, Leila Ribeiro, em conjunto com os professores e o grupo de pais e alunos optaram por utilizar o recurso para realizar reparos na parte elétrica e hidráulica do colégio, um problema mais sério e estrutural, para que na sequência pudessem investir em outras melhorias para o espaço, como reparar as janelas, portas, carteiras e outros.
Um ano após nossa primeira visita, o resultado nos encheu os olhos. Em relação ao que já havíamos observado, a mudança mostra-se radical. O colégio foi pintado, a questão elétrica e hidráulica foi sanada, as janelas trocadas e uma grade adicionada a fim de protegê-las, tornando até mesmo a arquitetura do local mais interessante. Leila nos guia orgulhosa pelos (novos) corredores do Arlindo, mostrando as portas – agora com maçanetas – a reforma dos banheiros, a criação de móveis de palets pelos alunos. Em um grande corredor encontramos pilhas e pilhas de carteiras novas, embaladas em plástico que em breve serão substituídas nas salas de aula. Houve também a pintura da quadra esportiva, realizada com a ajuda do governo do estado.
A diretora explica que receberam apoio do setor privado. O Instituto Robert Bosch, doou as portas, a pintura das salas, cortinas para as 11 salas de aula e revitalização do refeitório e da biblioteca. O instituto ajuda o colégio de diversas maneiras, inclusive incentivando a pesquisa tecnológica. Como a parceria com a WAAS, que ajudou os alunos do colégio, vencedores de um desafio de tecnologia, a visitar a Nasa.
Leila Ribeiro conta que está determinada a fazer a melhor gestão possível, aproximando os pais e alunos para que participem ativamente nas tomadas de decisão, mutirões e ajudem a cuidar do colégio. A diretora também explica que houve mudança nas merendas: agora, parte dos alimentos são oriundos da agricultura familiar, o que eleva a qualidade das refeições ofertadas aos jovens e beneficia os pequenos agricultores do nosso estado. A escola está em busca de voluntários para a revitalização da horta.