Com uma média de 800 procedimentos realizados por mês, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) zerou a fila de espera de consultas odontológicas para pessoas com deficiência, nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO).
Até o início de 2017 os pacientes encaminhados ao atendimento amigo especial aguardavam mais de um ano para iniciar o tratamento. Hoje, a primeira consulta é marcada em até um mês.
Cerca de 180 pessoas estavam à espera de atendimento. A estratégia foi a intensificação no número de consultas e melhoria na avaliação e classificação dos casos e o resultado foi alcançado em cinco meses de trabalho efetivo.
Para a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, os investimentos destinados à odontologia desde o início da gestão vem trazendo grandes resultados.
“Isso mostra que estamos na direção certa. Mas precisamos que a população colabore e não falte às consultas agendadas. Quando não puder comparecer é preciso desmarcar para que outro paciente possa ser atendido”, ressalta.
Para evitar que nova fila se forme, a SMS implantou o sistema de telerregulação. Por meio do prontuário eletrônico, um profissional regulador, faz análise dos casos encaminhados e direciona para o agendamento das consultas.
A especialidade amigo especial oferta tratamento odontológico ambulatorial, hospitalar e residencial, para pessoas com deficiência. A coordenadora de saúde bucal da Secretaria Municipal da Saúde, Viviane Gubert, explica que esse é um dos grupos prioritários do município, porque tem maior vulnerabilidade para as doenças da boca.
“Muitas vezes elas não conseguem manter a higiene bucal sozinhas ou também pelo consumo de alimentos que propiciam o aparecimento de cáries”, explica.
De acordo com Viviane, para esse grupo os trabalhos de prevenção, como a profilaxia, o flúor e orientações, são muito importantes para evitar necessidades futuras de procedimentos mais complexos.
A dona de casa Maria Eliane Sinhorin, 42 anos é mãe de dois filhos com necessidades especiais, a Amanda, de 8 anos, que nasceu com paralisia cerebral e autismo e o Felipe, 5 anos nasceu com autismo.
Fim da espera
Para ela a especialidade faz uma grande diferença. A filha mais velha foi encaminhada em 2016 para a especialidade e na época passou por mais de um ano de espera. Ela chegou a procurar por consulta particular, mas o custo era alto. “Além do valor os consultórios muitas vezes não tem estrutura para prestar o atendimento que meus filhos precisam”, conta Maria Eliane.
Felipe, o filho mais novo, começou o tratamento ano passado, e já não teve fila de espera. Com o tratamento precoce ele não teve cáries. “Por mais que a gente escove sempre os dentinhos deles em casa, não dá pra passar o fio dental, eles não deixam, então esse acompanhamento é indispensável”, explica.
Hoje os dois filhos da Maria Elaine fazem apenas as consultas preventivas, o que garante aos curitibinhas um sorriso saudável. “Eu recomendo muito o serviço do SUS. É gratuito e a qualidade do atendimento e dos profissionais é excelente”, elogia a mãe.
Amigo Especial
Para ter acesso à especialidade a porta de entrada é a unidade de saúde. Após avaliação do caso, quando houver indicação, será encaminhado para o CEO, onde há recursos como sedação e estabilização para a realização dos atendimentos. “Alguns pacientes com deficiência permitem o atendimento nas unidades de saúde”, esclarece Viviane.
Há ainda tratamentos odontológicos realizados em ambiente hospitalar. Amanda passou por um tratamento desses.
“Até me surpreendi, porque foi bem rápido. Logo marcaram a consulta e ela fez as restaurações que eram mais profundas e conseguiram recuperar os dentinhos dela”, lembra Maria Eliane.