A hipertensão, popularmente conhecida como “pressão alta”, é diagnosticada quando a pressão arterial do paciente ultrapassa 14 por 9 mmHg na maior parte do tempo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, um a cada quatro brasileiros adultos afirma ser hipertenso. Segundo o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), a ocorrência da hipertensão passou de 22,6% em 2006 para 24,3% em 2017. A idade é um fator importante nesta doença: 60,9% entre os hipertensos são indivíduos com 65 anos ou mais.
A maioria das causas da hipertensão está relacionada a hábitos que fazem parte do estilo de vida do paciente, como: tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e alimentação com alto teor de sódio. Além disso, indivíduos que passam por longos períodos de estresse também acabam predispostos a serem hipertensos. Isso acontece porque em períodos estressantes, o organismo libera hormônios como adrenalina e cortisol. Assim, o corpo pode experimentar picos de pressão arterial, o que pode levar ao desenvolvimento de um quadro hipertenso. Dessa forma, indivíduos com ocupações que exigem jornadas de trabalho sedentárias devem redobrar a atenção. Em casos de ambientes de trabalho que podem causar ansiedade, nervosismo e períodos de estresse, é recomendável que a pessoa busque auxílio de um médico cardiologista. Com o devido acompanhamento, a probabilidade do paciente desenvolver hipertensão e possíveis complicações diminui.
A hipertensão aumenta consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares e renais. No indivíduo hipertenso, o coração precisa fazer um esforço extra para conseguir bombear sangue para o corpo inteiro. Além disso, o descontrole da pressão pode desencadear certo aperto nas artérias coronárias. Dessa forma, o órgão não recebe sangue e oxigênio como esperado, o que pode acarretar um infarto. Outra comum ocorrência é o AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como “derrame”. Com a alta pressão, as artérias passam a enfrentar dificuldade para dilatar-se, acarretando o entupimento ou rompimento de artérias.
Já nos rins, a hipertensão faz com que os órgãos não filtrem o sangue devidamente. Essa situação leva ao aumento da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), um dos principais mecanismos do organismo para controlar a pressão arterial. Quando os rins não conseguem trabalhar devidamente e eliminar excessos por causa de lesões nos vasos renais causados pela hipertensão, a pressão arterial pode aumentar ainda mais. O agravante deste caso é a ausência de sintomas. Por isso, todo hipertenso deve controlar a pressão arterial com frequência.
São duas as principais formas de evitar a hipertensão e as complicações da doença: alimentação saudável e exercícios físicos. Uma alimentação com alto teor de sal pode agravar ainda mais o quadro do hipertenso. O excesso de sódio pode sobrecarregar todo o sistema cardiovascular, ainda mais se o paciente já estiver com dificuldade para eliminar a água do organismo devidamente. Já a prática de exercícios físicos deve ter atenção e cuidado, visto que a movimentação do corpo eleva a pressão sanguínea naturalmente. Por isso, são recomendados exercícios que cooperem para que a pressão arterial diminua, como caminhadas, natação e ciclismo. Em todas as ocasiões, é imprescindível o acompanhamento de um médico cardiologista.