Falta de segurança preocupa moradores da CIC

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O aumento no número de assaltos a mão armada em residêcias, comércios e em frente a
escolas estão cada vez mais recorrentes.

Por Larissa Santin

A questão da segurança é um problema grave na região. Em pesquisa realizada por este veículo em 12 estabelecimentos comerciais, constatou-se que 11 sentem-se inseguros no bairro e dois tiveram seus pertences ou estabelecimento assaltados no último ano. Outra pesquisa, divulgada pela Gazeta do Povo em junho deste ano, mostra que a Cidade Industrial teve 635 casas assaltadas em 2016, perdendo a primeira posição apenas para o bairro Sítio Cercado, que teve 654 ocorrências registradas. Há menos de um mês o carro de um parente de Sérgio de Barros, 32, foi roubado nas proximidades da rua João Dembinski, deixando um clima de insegurança para o proprietário de uma loja de informática. “Não me sinto muito seguro. Então procuro formas de me prevenir, como fechar a loja mais cedo, cuido onde estaciono o carro, essas coisas”, afirma Sérgio, que é obrigado a fechar o comércio ao meio dia aos finais de semana, o que acarreta diminuição do lucro. Porém, observa também que há uma maior participação da polícia na região nos últimos tempos. Daniela de Lima, vendedora de 38 anos, também teve que arrumar formas alternativas para se proteger, já que a loja em que trabalha foi assaltada há algum tempo atrás. “A insegurança é grande. A gente tem que ficar de olho em tudo, qualquer pessoa que passa ou entra na loja a gente fica esperto, dá medo”. Ao ser questionada sobre a ação dos órgãos de segurança pública, Daniela é enfática: “De que adianta ligar pra polícia se eles não tem viatura pra vir socorrer? É péssimo”, finaliza a vendedora.

A volta da escola

Não são somente os estabelecimentos comerciais que se queixam da falta de segurança na região. Alunos das escolas estaduais estão cada vez mais receosos com os recorrentes assaltos que ocorrem na saída da escola. A estudante de 17 anos, Emeny Brostt, sofreu um assalto à mão armada há 3 meses atrás, no Sabará. Assustada, foi até a delegacia registrar o boletim de ocorrência. “No dia seguinte meus pais foram até a delegacia, mas os policiais disseram que seria muito difícil de encontrar os bandidos”, relata a estudante. Emeny conta que os assaltos na porta da escola Eurides Brandão eram bastante comuns no ano passado. “Esse ano a maioria das vezes tem uma viatura da polícia na porta, me sinto bem mais segura”, finaliza a estudante, que pretende entrar para o Corpo de Bombeiros.

Diversos alunos se queixam dos frequentes assaltos na saída da aula Foto: Larissa Santin

Queenie Márcia dos Santos, de 21 anos, estuda no Ceebja CIC e já foi assaltada duas vezes em frente ao local. “O que mais acontece é assalto a mão armada, levam bolsas, celulares. O jeito que eu arranjei é não levar nada além do material e ainda assim tenho medo. Pela expressão do rosto parecem que estão sob efeito de alguma droga.” A estudante realizou o boletim de ocorrência e pediu para que a diretora chamasse a polícia, para que eles comparecessem nas saídas das turmas. “Os policiais foram por dois dias e depois nunca mais”, conta Márcia.

Posicionamento da PM

Segundo o tenente-coronel Nivaldo, responsável pelo 23º batalhão da polícia militar, os crimes mais comuns na região são o furto, roubo e crimes de relação ao uso e tráfico de drogas. São geradas, por dia, cerca de 80 ocorrências no bairro, das mais variadas naturezas. O Tenente-Coronel ressalta que diversos crimes estão intimamente relacionados ao uso de entorpecentes e ao tráfico de drogas, aos quais destacam-se os roubos e furtos, lesão corporal, homicídios e estupros. E que a grande dificuldade da polícia militar na região é combater a criminalidade e manter a ordem fazendo frente as desigualdades sociais, uma vez que órgãos de segurança atuam nos efeitos e consequências das ações e não em suas nas causas e origem. “Ao meu ver a responsabilidade do combate ao tráfico de drogas e o consumo são realmente da polícia, todavia, quando a pessoa já está acometida pelo vicio, e reconhece a necessidade de tratamento, a questão teria que ser resolvida como política de saúde pública, porque do contrário não surte os efeitos desejados da prevenção”, finaliza o Tenente-Coronel

Tenente-Coronel Nivaldo Marcelos em cerimônia de nomeação a comandante do 23º batalhão da Polícia Militar.

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