Muito se estuda na universidade de comunicação a função do jornalismo, para que e para quem fazemos notícias e quais os efeitos dessa mensagem no receptor. Passamos anos aprendendo conceitos mas, no entanto, entre a teoria acadêmica e a prática, há um enorme precipício.
Um jargão bastante comum na academia é o “good news, no news”, que na tradução seria algo como “notícia boa não é notícia”. Estranhamente, o sensacionalismo e as notícias apelativas são criticadas pelos mesmos profissionais. Há de se notar, portanto, que os limites de classificação do que seria um “bom jornalismo”, do ponto de vista do interesse público e da prática profissional, não são bem definidos.
É por meio dos jornais que nos informamos sobre os acontecimentos do mundo, dos fatos mais relevantes, é por onde criamos impressões, opiniões, desejos, é onde encontramos assuntos para trocar com o vizinho ou na mesa do jantar. Tamanho é o impacto da mídia. Não podemos esquecer, porém, que a mídia não só agenda conteúdos (escolhe o que você vai ver) como também analisa os medidores de audiência e repete a receita que já deu certo. Em suma: não adianta apontar o dedo para o jornal que escorre sangue se a população busca esse tipo conteúdo.
O que observamos é a saturação de notícias negativas e seus efeitos na sociedade. O jornalismo positivo é necessário. Como seria nossa conversa com a família, vizinho, amigos, se tivéssemos acesso cada vez mais histórias inspiradoras?
As informações de caráter sombrio, escandalosas e deletérias tendem a atrair público e gerar renda para veículos de comunicação. A consequência é o aprisionamento mental da sociedade a raiva, o medo e a impotência. Passamos a crer que o mundo é aquele recorte obscuro da realidade, esquecendo completamente que a maioria de nós vive vidas simples, generosas e em amor.
Não há de se negar aqui a necessidade da cobertura das pautas de segurança, por exemplo. O interesse público está acima de tudo. Todavia é necessário questionar a responsabilidade ética do profissional ao apurar temas delicados, que posteriormente serão transmitidos à população. Como máxima: é necessário ter clareza de objetivo ao reportar notícias deprimentes.
É pensando nisso que Jornal da CIC busca fazer jornalismo de forma diferente, em uma tentativa de criar uma ponte sólida entre a teoria acadêmica e a prática. Prezamos pela apuração aprofundada ao invés da corrida pelo divulgação, pelo diálogo ao invés do confronto, desatando os nós da comunicação da comunidade com o poder público, ao invés de multiplicá-los.
Nossa missão é informar, fomentando ações de desenvolvimento no bairro. Dando voz aquelas pessoas que mais merecem ser ouvidas: as que criam, cuidam, cultivam, trabalham diariamente para que tenhamos uma Cidade Industrial cada vez melhor.